quarta-feira, dezembro 12

tecendo e retecendo histórias...


Experiência de trabalho com o grupo de artesãs Mulheres de Mafra. Resultado da aula de Criação de Produtos com o designer Alejandro Sarmiento da Pós em Direção de Criação turma IV, Orbitato Instituto/SC.

Trabalhar com o Grupo das Mulheres de Mafra surge como oportunidade de colocar em prática os conhecimentos e competências adquiridos na Pós-Graduação em Direção de Criação para Design e Moda do Instituto Orbitato, analisando a aliança entre Artesanato e Design durante o processo de intervenção do designer no produto artesanal.
A aproximação entre designers e artesãos é um fenômeno de extrema importância pelo impacto social e econômico que gera e por seu significado cultural. Trabalhar com a identidade local e com o cotidiano faz com que os artesãos tenham mais orgulho em relação às suas origens. Os produtos feitos à mão tem alma, transferem algo que vem de nós mesmos, em vez da uniformidade e da padronização dos objetos industriais, são únicos, têm a beleza da imperfeição. Eles nos contam de um lugar preciso, onde foram feitos por pessoas concretas, trazem um sentido de pertencimento.
Neste contexto, o papel do designer, do profissional que pensa criativamente o futuro, é ser uma ferramenta que resolva problemas e necessidades humanas, pensando maneiras inclusivas e inovadoras de estarmos neste mundo. Em sua parceria com o artesão, o designer deve pensar em como propiciar à sociedade a ao entorno novos valores, em como criar uma sociedade melhor e, a partir daí, no que podemos produzir para que essa sociedade seja diferente, os objetos produzidos serão simplesmente o meio, a forma que vai conduzir à compreensão de uma mudança.
 Acreditando neste poder transformador do Design, o objetivo principal do projeto com as Mulheres de Mafra é oportunizar novas perspectivas de vida às mulheres, para que elas mesmas teçam novos rumos para o futuro: trabalhando, aprendendo e sendo detentoras de seu próprio ganho.
Para fazer essa ponte entre as artesãs de Mafra e os estudantes da Pós contamos com a coordenação do designer Alejandro Sarmiento, dentro da matéria Desenvolvimento de Produto onde foram feitas diversas experimentações. Um convite a usar as mãos, ter contato com as técnicas manuais (tricô e crochê) utilizadas pelas mulheres.
Percebendo na malha uma matéria complicada para pensar em novos usos além do que o grupo já produzia, como pufes, tapetes e almofadas o foco foi pensar em novos pontos. Adaptar os pontos utilizados no crochê de linha, simplificá-los para a malha e criar novas texturas e novos padrões pensados sensivelmente para a realidade delas, que não tem as mãos máquinas e equipamentos sofisticados. Suas ferramentas são apenas agulhas e malha.
Não esperar pelo ideal, trabalhando com o que estava à disposição, refugos industriais e técnicas manuais torna-se um desafio. Sabendo que lixo é o único recurso em crescimento hoje no planeta, e que sua utilização necessita de tempo e atenção para utilizar aquele material da melhor forma, para que tenha um valor estético e comercial, inverte-se a lógica da produção, buscando antes o refugo, escolhendo a malha de acordo com suas cores, texturas e peso. Essas características do material acabam por sugerir o produto: utilizando os mesmos pontos em materiais com pesos diferentes, a textura formada é outra. Nas experimentações, também se percebe grande variação no trabalho realizado por cada artesã, mesmo usando a mesma malha e o mesmo ponto, as texturas criadas são diferentes, de acordo com a personalidade de cada um. O uso do refugo também trás irregularidades que devem ser incorporadas ao produto, ora a tira de malha é fina, ora é grossa, resultando em tamanhos de pontos diferentes, e produtos irregulares, nunca idênticos.

Após as experimentações com novos pontos e texturas percebeu-se a necessidade de planejamento do produto por parte das artesãs, que muitas vezes escolhiam as malhas ao acaso, deixando de analisar quantidade de material e combinações com outras malhas. As Mulheres de Mafra foram orientadas para esse planejamento prévio, assim como para combinação de cores, padronagens e texturas. Identificou-se uma necessidade de aliar o uso da malha com outros materiais para trazer sofisticação ao produto, a partir dessa análise foram feitas algumas experimentações com as novas texturas, onde se utilizou alças de madeira para desenvolvimento de bolsas.
Todas essas intervenções buscaram novas possibilidades de realização deste fazer manual, buscaram soluções desafiando a lógica da produção para ai então criar produtos mais originais. E é esta a missão do designer, para modificar os atuais modelos de desenvolvimento econômico, deverá atuar propondo mudanças e intervenções tanto no consumo quanto na produção.


segunda-feira, maio 14

Projeto Mãos que tecem histórias...



O Assentamento Reunidas da Reforma Agrária localiza-se no município de Promissão e é considerado o maior assentamento de terras do estado de São Paulo, com 585 famílias. O assentamento que há 25 anos se instalou na cidade, é hoje considerado um "modelo" no Brasil. Somados os assentamentos Reunidas e Dandara, são quase 800 famílias assentadas em Promissão, que respondem por um volume muito expressivo da produção agrícola do município.
Com tamanha representatividade do assentamento de terras na região, o município conta com alguns setores públicos que colaboram com as necessidades desses agricultores rurais: INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), ITESP (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) e SENAR (Serviço Nacional de Apredinzagem Rural) prestam diversos serviços, entre eles vários projetos de capacitação para as artesãs residentes no assentamento.
São capacitações de artesanato com bambu, fibra de coco, palha de milho, bucha vegetal, pintura de tecido, etc. Estas capacitações são de enorme importância para o empoderamento destas mulheres, além de uma oportunidade para aumentar a renda da família através da comercialização dos produtos confeccionados.
Finalizada a capacitação, os artesãos não conseguem comercializar os produtos por falta de incentivo para promoção de venda deste aprendizado. Ou seja, este investimento nem sempre representa melhorias, pois os trabalhadores rurais não tem acesso ao consumidor, desconhecem meios de comercialização e não dispõe de formas de divulgação de seus trabalhos. 
Desta forma, os objetivos do projeto “Mãos que tecem histórias...”  são:
Ø  Defender e desenvolver ações que proporcionem a conservação, a preservação e a recuperação de trabalhos artesanais, visando o resgate e o reconhecimento da identidade cultural da região;
Ø  Apresentar possibilidades de negócios existentes no segmento, direcionando seus membros para o reconhecimento da capacidade de rentabilidade no setor;
Ø  Fortalecer os processos de gestão, promoção e comercialização dos grupos artesanais;
Ø  Aumentar as vendas e abrir espaço para novos mercados, ampliando o número de produtos artesanais e o número de artesãos envolvidos, com produtos dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo mercado.
            O projeto consiste em oficinas que visem diagnosticar e avaliar as potencialidades da região, artesãos e técnicas de artesanato. Após o diagnóstico começa o planejamento, onde designer e artesãos passam a definir o tipo de trabalho a ser desenvolvido. A partir deste planejamento serão realizadas as capacitações, com melhoria das condições técnicas do produto, e processo de produção e vendas. 

Metodologia:
Mapeamento das potencialidades locais em Técnicas de artesanato: A intenção é mapear todas as potencialidades que temos na região. As artesãos que se destacam na costura, no bordado, no crochê,  na pintura, etc...
Mapeamento das potencialidades da matéria-prima local: Aproveitar os materiais encontrados na região (sementes, folhas, fibras, etc) com o acompanhamento de um Engenheiro Agrônomo visando o manejo sustentável deste material.
Mapeamento dos refugos indústriais de Promissão e região: Aliar o uso da matéria-prima do assentamento com resíduos da indústria (como o bagaço da Cana-de-açucar da empresa RENUKA, além de retalhos de tecido e couro de confecções da região).
Reconhecendo e valorizando a identidade local: O produto do artesão deve ser visto como materialização de seu complexo patrimônio cultural. A gestação dos objetos com clara identidade dos lugares em que são feitos passa não apenas pela manutenção e desenvolvimento das técnicas e materiais locais, mas também por sua linguagem – domínio que o designer tem muito a oferecer. Essa demanda surge principalmente nos lugares em que a prática artesanal é mais recente ou em que o artesanato se encontra mais descaracterizado.
Planejamento: A partir da definição do tipo de trabalho a ser desenvolvido é que se pode planejar a compra de material a ser utilizado, a equipe, o espaço, a duração e o instrumental necessário para as oficinas.
Capacitações paralelas: Durante o processo de criação dos produtos os artesãos também terão capacitações em áreas comerciais, administrativas e jurídicas.
Lançamento, divulgação, comercialização: O projeto visa o lançamento dos produtos em uma grande feira de artesanato a nível nacional [como a Fenearte(PE) e Feira Nacional de Artesanato (MG)], com lançamento simultâneo do catálogo e do site do projeto. A proposta é informar o consumidor sobre a história por trás daquele produto, de onde ele veio, quem o fez, qual a tradição embutida naquela peça, etc. O projeto tem previsão para participar de ao menos cinco feiras por ano para a correta divulgação dos produtos.
Acompanhamento: Para um projeto de design+artesanato começar a ‘andar’ sozinho, ou seja, para que os artesãos envolvidos se profissionalizem e passem a produzir, vender e distribuir com sustentabilidade, são necessários, em geral, três anos. A previsão para um ano de projeto tem o planejamento de oficinas quinzenais de 16 horas, totalizando 24 oficinas em um ano. As oficinas serão realizadas aos sábados e domingos com duração de 8 horas cada. O projeto tem previsão mínima de 3 anos para correto acompanhamento e direcionamento dos artesãos envolvidos. No segundo e terceiro ano as oficinas podem ser realizadas somente uma vez por mês.


         O projeto é inovador na medida que aproveita um investimento público (estadual pelo  ITESP e federal pelo INCRA e SENAR) que já é realizado, para potencializar suas ações. Além de promover uma alternativa para geração de renda para o grupo de agricultores e artesãos, o projeto também gera um impacto social de valor incalculável, trabalhando as identidades culturais locais fazendo com que os artesãos tenham mais orgulho em relação às suas origens e ao seu cotidiano, aumentando seu sentido de pertencimento. Além do mais, a produção artesanal está sintonizada com a noção contemporânea de sustentabilidade, que compreende os conceitos de ambientalmente responsável, economicamente inclusivo e socialmente justo.


Este projeto será utilizado como trabalho de conclusão de curso em Pós Graduação em Direção de Criação para Moda e Design no Instituto ORBITATO (Pomerode/SC).


Gostou do Projeto? Curta na página do Movimento Hot Spot

Quer  colaborar com esta idéia? Participe de sua cocriação no Festival de Idéias

Quer colaborar financeiramente para a realização deste projeto?
fale comigo: juliana_foz@yahoo.com.br

quarta-feira, abril 18

Espaço Moda do Futuro apresenta I Mostra Nacional do Coletivo Brasil

Exposição reúne peças de 13 marcas, duas comunidades e uma ONG tendo a sustentabilidade como foco
Entre os dias quatro de maio e três de junho o Espaço Moda do Futuro em São Paulo, SP, apresentará ao público a I Mostra Nacional do Coletivo Brasil, com curadora da jornalista e consultora de moda Danielle Ferraz, proprietária do local. Serão expostos roupas e acessórios modernos e cheios de estilo desenvolvidos de forma sustentável, que também serão comercializados. “O Brasil é um celeiro de criadores sustentáveis – muitos deles celebrados fora do país; desmitificar o conceito de moda sustentável e torná-la mais acessível é um dos nossos objetivos com a Mostra”, conta Danielle, que desde 2003 realiza ações com esse viés.
Coletivo Brasil, idealizado pela designer de biojóias alagoana Patrícia Moura, surgiu com o objetivo de agregar e promover designers e estilistas de todo o país que  têm na base do seu trabalho a sustentabilidade. Hoje são 22 marcas que, além do compromisso socioambiental, fazem uma moda globalizada e com muita qualidade.  “A sustentabilidade é um tema muito novo, e a ideia é popularizar, familiarizar a sociedade e, dessa forma, contribuir para transformar o comportamento através do conhecimento”, diz a designer.

As marcas participantes do evento serão: Patrícia Moura Biojóias, de acessórios naturais desenvolvidos com compromisso socioambientalPrazeres Acciolyque trabalha materiais naturais em tear manualSerá o Beneditomarca de moda que se utiliza de materiais inusitados como lona usada de caminhão, papel de vedação para construção civil e couro vegetal, entre outrosMaria Ribeiro, que desenvolve lindos acessórios a partir de arame, latão e fiosTiê Moda Ecológicaque fabrica e comercializa roupas e acessórios de materiais sustentáveis e reciclados;2Primasmarca que desenvolve uma moda contemporânea através dentro de processos sustentáveis;Tiana Santos, que faz belos acessórios a partir da reutilização de PET; Brilac, de bolsas e acessórios feitos com lacres de alumínio;Heliconiaespecializada em sapatos sofisticados feitos com resíduos de couro de peixes como a tilápia; Mãos da Terrade acessórios artesanais obtidos de sementes, palha misturados a modernidade do metalCoisas de Mariade bijuterias que misturam resíduos, como retalho de algodão a matérias primas rústicas e sofisticadas; Jóias do Pantanal, de biojóias, que trabalha sobretudo com a reutilização dos resíduos dos chifres bovinos; e JS Design Sustentável, que utiliza técnica de reutilização de papel no desenvolvimento de acessórios modernos e arrojados. Participarão também o Instituto Ecotece, ONG que promove o vestir consciente e as comunidades “apadrinhadas” pelo Coletivo Brasil, o grupo pernambucano Bio Artes e Mulheres de Fibra, de Trindade.

 O evento – que terá abertura com coquetel no dia 3 de maio - contará com decoração sustentável, assinada por Letícia Alencar e uma exposição de um editorial de moda realizado por Márcia Gamma, do Estúdio Hiperfashion, com peças das marcas participantes.

De acordo com Danielle, o Espaço Moda do Futuro já nasceu com a missão de divulgar criações desenvolvidas sob o selo da sustentabilidade. “Há produtos maravilhosos, sofisticados e cheios de estilo que foram elaborados sob esses preceitos”, justifica. “Assim, nada mais natural do que realizar esse tipo de mostra no local”, conclui. Vale lembrar que no ano de 2011 o Espaço Moda do Futuroabrigou a I Mostra de ModaEco Pernambucana, que foi um sucesso!
 Ficha técnica Editorial:


Fotos: Marcia Gamma
Assistente: Wilson Gamma
Styling: Danielle Ferraz
Beleza: Larissa Bonini
Modelo: Isabella Fochesatto (WAY)

Serviço:
I Mostra Nacional do Coletivo Brasil
Data: de 03 de maio a 03 de junho de 2012
Local: Espaço Moda do Futuro
Rua Morais de Barros, 452, Campo Belo, SP- Fone: (11) 5548-4141.
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h30.
Sábados: das 9h30 às 14h.

segunda-feira, abril 16

Convênio beneficia pequenos negócios na indústria da moda

Para medir forças e ganhar mercado diante da forte concorrência estrangeira, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assina, nesta sexta-feira (13), um convênio com a Associação Brasileira de Estilistas (Abest) cujo objetivo é ampliar a competitividade e a sustentabilidade das micro e pequenas atividades ligadas à indústria da moda. Também está previsto um melhor aproveitamento das oportunidades geradas com o fortalecimento da economia nacional. A parceria se entenderá até 2014.

Segundo o Sebrae, o acordo vai potencializar a geração de negócios e capacitar os empreendedores, especialmente nas áreas de criatividade e inovação. O órgão pretende contribuir para a construção de uma identidade da moda nacional valorizando a cultura brasileira. Entre os projetos, está um que beneficiará 15 Comunidades Criativas (associações, sindicatos, cooperativas e grupos de artesãos) através de capacitações para incorporar o design e incluir seus produtos na indústria da moda brasileira de alto valor agregado.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias, o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, disse que “a moda é um segmento da economia criativa em que o Sebrae tem investido muito e traz oportunidades diretas para a micro e pequena empresa (MPE)”. Segundo ele, o órgão quer “sensibilizar, informar, educar, difundir conhecimentos e possibilitar a troca de experiências entre os empreendimentos, contribuindo para o fortalecimento e a competitividade dos pequenos negócios desse segmento”.

O Sebrae informou que a parceria deseja aumentar em 10% a fabricação e a comercialização desses produtos até junho de 2014. As comunidades serão escolhidas através de  critérios específicos, como localização em áreas de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e elevada presença de artesãos que denominem uma técnica específica e que já tenham sido atendidos pelo Sebrae.

Outra iniciativa prevista com a parceria é a capacitação de empreendedores de 24 Arranjos Produtivos Locais (APL), que reúnem 144 MPEs dos setores têxtil/confecção, couro/calçados e gemas e joias. “As capacitações envolvem processo criativo e design com foco nas referências brasileiras, gestão de produto, comercialização e marketing”, afirma a gerente de atendimento coletivo na área de indústria do Sebrae, Kelly Sanches. À Agência Sebrae de Notícias, ela explicou que a proposta é inspirar micro e pequenas empresas a terem consciência criativa e visão estratégica como ferramenta de incremento dos negócios.

Negócios
O acordo prevê, ainda, a participação de empresas atendidas pelo convênio em cinco edições do Salão Brasileiro de Negócios de Moda. A primeira edição está marcada para o período de 29 a 31 de maio e a previsão, segundo o Sebrae, é atingir R$ 100 milhões de negócios nesses eventos. Em paralelo aos eventos,  ocorrerá a Conferência B de Conteúdo Criativo, cuja meta é levar capacitação às pequenas empresas da moda. O Sebrae prevê a participação de mais de 1,2 mil MPES.

Outra medida será a publicação do Caderno B Inspira Brasil, da Abest, que trata de inspirações para a moda com referência no repertório artístico, cultural, iconográfico e popular do Brasil. Ao todo, serão cinco publicações do catálogo, que terá como público-alvo cerca de três mil pessoas, entre membros de comunidades criativas e empresas de APL atendidos pelo convênio, designers, estilistas, equipes de criação e estudantes de moda.


Fonte: Diário de Pernambuco

Caine's Arcade

Esse pode parecer mais um post viral, mas com certeza é uma lição de vida, e muito mais que isso! Prova o quanto nossa imaginação pode superar limites!
Caine Monroy é um garoto de 9 anos que adora máquinas de arcade, jogos e sempre quis ter seu próprio arcade. Durante suas férias de verão, ele construiu um elaborado arcade com caixas de papelão, no melhor estilo DIY (Do It Yourself – Faça você mesmo), na loja de autopeças de seu pai.
Ele esperava receber vários clientes em seu arcade, mas como o tráfego de pedestres na loja de seu pai (localizada na parte industrial do leste de Los Angeles) era quase zero, então as chances de conseguir um cliente eram muito pequenas. Mas ele nunca desistiu. Enquanto isso ia criando novos jogos e aperfeiçoando os já existentes.
Mas um dia, por acaso, um cineasta chamado Nirvan Mullick entrou na Smart Parts Auto procurando um puxador de porta usado para o seu Corolla 96. E o que ele encontrou foi um elaborado arcade feito a mão com caixas de papelão e administrado por um jovem garoto que o perguntou se ele gostaria de jogar. Nirvan perguntou como funcionava e o garoto respondeu que por US$1 poderia ter quatro rodadas, ou por US$2 poderia obter um Fun Pass com 500 rodadas. E Nirvan escolheu o Fun Pass.
Nirvan era o primeiro cliente de Caine... e no vídeo você poderá ver o final dessa história...

Site: Caine’s Arcade
Facebook: Caine’s Arcade
Twitter: @CainesArcade

terça-feira, março 27

Artista Mundano lança projeto Pimp My Carroça em plataforma de financiamento coletivo!

Hoje entrou no Catarse o novo projeto do artista Mundano! Pimp My Carroça é uma ação que pretende equipar e grafitar mais de 50 carroças em toda São Paulo, além de fazer um check upmédico com todos os trabalhadores que forem selecionados para ter seus carros “tunados”. Depois de cinco anos de trabalho pelas ruas de São Paulo, o grafiteiro Mundano está ganhando apoio da sociedade e seus projetos têm conseguido atingir cada vez mais pessoas, realizando uma verdadeira mudança social.
O Pimp My Carroça será realizado durante a Virada Sustentável e está participando da plataforma de financiamento coletivo Catarse. Portanto, para que o sonho dos mais de 50 catadores se realize, é preciso apoiar o projeto, seja financeiramente, seja compartilhando, seja atuando pessoalmente no dia da atividade. Entra lá no site e deixe sua colaboração, é rapidinho.
“Fico imaginando a carroceata com centenas de catadores sorridentes, com o tanque cheio de combustível, saúde em dia e com suas carroças totalmente pimpadas com itens de segurança e com arte de qualidade. Mas meu sonho mesmo é que o PIMP MY CARROÇA seja um marco histórico que servirá para questionar e mudar o descaso da sociedade em relação aos catadores e o destino de incontáveis toneladas de materiais recicláveis que desperdiçamos diariamente” - Mundano
É claro que a atuação do Mundano não para por ai. O artista está promovendo uma oficina de grafite no Beco do Aprendiz, onde pretende ensinar técnicas de arte urbana como stickers, lambe lambe, pixação etc. São 15 vagas para jovens a partir de 14 anos, ao final do curso os alunos irão pintar dois muros do beco. As inscrições vão até o dia 31 de março! As aulas serão no dias 11, 18 e 25 de abril e 09, 16 e 23 de maio das 14h às 16h. Para se inscrever envie email para arranjosculturais@gmail.com ou pelo telefone (11) 3812-7842.
E para saber mais sobre o trabalho feito pelo Mundano durante esses cinco anos de atividade:

via AtitudeEco!

segunda-feira, março 19

Artesão, parabéns pelo seu dia!



Dia 19 de março, Dia de São José, padroeiro dos marceneiros, carpinteiros e também dos artesãos. 

Desde que o homem se socializou, a necessidade de organizar sua vida o levou de uma forma instintiva, a desenvolver habilidades manuais. Assim, por necessidade, o homem aprendeu a modelar o barro, esculpir pedras e madeiras e forjar o ferro.
Mas o homem tem o sopro divino, foi feito à imagem e semelhança de Deus e sua sensibilidade o fez usar de todas esses talentos para criar o belo. Já sabia criar conforto para a família, mas tinha necessidade de alimentar a alma. E o mesmo barro que modelava panelas e pratos, a madeira das estruturas e o ferro das ferramentas começaram a dar forma à esculturas e objetos. 

Desejo um dia iluminado para todos aqueles que usam suas mãos e seu coração para fazer um mundo mais belo e encantado!

sábado, março 17

quinta-feira, março 15

Carne vermelha é mais letal do que se pensava

Já se sabia que as carnes vermelhas deviam ser consumidas moderadamente, mas um amplo estudo da Harvard School of Public Health agora divulgado acentua essa ideia, concluindo que mesmo quando comida em quantidades reduzidas, em apenas uma refeição diária, aumenta significativamente os riscos de doenças cardiovasculares e câncer.
Pequenas quantidades de carne processada como bacon, salsichas ou salame aumentam em um quinto as probabilidades de morte precoce, no caso de bifes o risco aumenta em 12%, referem as conclusões do estudo da universidade norte-americana divulgado agora nos Archives of Internal Medicine , publicação bi-mensal da American Medical Association.
"Tendo em conta o aumento das evidências de que mesmo quantidades moderadas de carne vermelha são associadas ao aumento do risco de doenças crônicas e mortes prematuras, (a dose recomendada) de 70 gramas por dia parece ser generosa. O ponto a reter é que deveríamos comer carnes vermelhas apenas ocasionalmente e não como parte da nossa dieta regular", afirmou Frank Hu, um dos co-autores do estudo.
As conclusões são baseadas nos dados recolhidos ao longo de 28 anos num grupo de cerca de 38 mil homens e 84 mil mulheres.
Os investigadores recomendam que as carnes vermelhas sejam substituídas por outras fontes de proteínas como peixes, aves domésticas, nozes e legumes.

Bom, não é para menos... já que a forma como essa carne chega até nós não é nada interessante...

segunda-feira, março 12

J. Borges - O Rei do Cordel

Nascido na cidade de Bezerros José Francisco Borges, cordelista e xilogravurista brasileiro, que aos 29 anos decidiu que iria escrever Cordel. Sem dinheiro para pagar um ilustrador, resolveu que ele mesmo iria entalhar nas madeiras e até hoje é conhecido pelos seus cordéis e suas xilogravuras. Esse gênio da arte popular já expôs na Venezuela, Alemanha, Suíça, México e Estados Unidos onde foi tema de uma reportagem para o The New York Times.

A semana que não terminou

O mês passado foi marcado pelo aniversário de 90 anos da Semana de 22, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922 no Theatro Municipal de São Paulo e que marcou a história da cultura brasileira. A idéia da Semana de Arte Moderna era instaurar-se como marco simbólico de transformação e ruptura. Naquela semana o saguão do Theatro Municipal de São Paulo abrigou um conjunto amplo de obras – pinturas, esculturas, projetos arquitetônicos – consideradas ousadas o suficiente para receberem o título de “modernistas”. O intuito era demonstrar a existência de um amplo movimento de contestação às normas de modelos importados e transmitidos artificialmente por meio de uma esterilização acadêmica. A proposta do movimento era produzir uma arte nitidamente brasileira, sem complexos de inferioridade à arte produzida na Europa.
As gerações seguintes à Semana de 22 foram agregando valores às fases do modernismo e contribuindo para consolidar uma gama de análises estéticas e culturais no País, dando continuidade a este pensamento modernista, e seus desdobramentos afetam a cultura brasileira até hoje. Um grande exemplo é a poesia construtivista de João Cabral de Melo Neto e o Movimento Armorial, este último encabeçado pelo escritor Ariano Suassuna, que orienta todas as expressões artísticas – música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura – a criar uma arte erudita, porém popular; A melodia de Heitor Villa-Lobos que destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista, ao qual incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas; O movimento Tropicalista, com Hélio Oiticica na artes plásticas e Caetano Veloso, Gilverto Gil, Tom Zé e Os Mutantes na música também trouxe uma nova atitude, um novo modo de olhar para nossa cultura, com um sentimento de pluralidade e democracia.
Assim como tantos outros artistas em diversas frentes como: A Literatura de Cordel de Patativa do Assaré; a literatura de Guimarães Rosa, Mário Quintana e da mulher roceira Cora Coralina; a música do Cordel do Fogo Encantado, de Zeca Baleiro, de Maria Bethânia, de Clara Nunes, de Elis Regina; o Movimento Mangue Beach de Chico Science; as obras de Arthur Bispo do Rosário e as criações de Ronaldo Fraga demonstram a importância e os desdobramentos da Semana de Arte de 22. É que o evento, considerado um divisor de águas nas artes do País, mudou para sempre a forma do País se ver.

Dica: Livro "1922 - A Semana que Não Terminou" (Companhia das Letras), de Marcos Augusto Gonçalves.

Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia.
 Liev Tolstoi


       E falando em artistas que de dedicaram a representar a cultura brasileira... desde fevereiro está sendo exibido pela primeira vez em São Paulo os painéis Guerra e Paz de Cândido Portinari (1903-1962).  

Encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, os painéis estavam localizados no hall de entrada da Assembleia Geral e eram de acesso restrito aos delegados das nações. Nem mesmo durante as visitas guiadas à ONU as obras podiam ser vistas pelo público, por razões de segurança. Com a realização de uma grande reforma no edifício-sede da ONU entre 2010 e 2013, o Projeto Portinari, que cuida do legado do artista, conseguiu a guarda dos painéis para restaurá-los e promover sua exposição no Brasil e no exterior nesse período.

Para marcar o retorno dos painéis ao país, as obras foram reapresentadas no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em dezembro de 2010, 54 anos depois da primeira e única vez que o público brasileiro e o próprio Portinari tiveram a oportunidade de vê-las antes de serem embarcadas para os Estados Unidos. Na época, os Estados Unidos não permitiram a ida de Portinari para a inauguração dos murais devido às ligações do artista com o Partido Comunista.

“Trata-se de uma exposição histórica, sem precedentes, oportunidade única de ver Guerra e Paz no Brasil reunidos aos estudos, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Nem o próprio pintor teve a chance de ver todo este material em seu conjunto", afirma João Candido Portinari, filho do pintor, fundador e diretor geral do Projeto Portinari.

Guerra e Paz são a síntese de uma vida inteira comprometida com o ser humano. Sua pintura, como sua militância política, levantou-se contra as injustiças, a violência e as misérias do mundo. Os murais medem, cada um, 14 metros de altura e 10 metros de largura e são compostos, ao todo, por 28 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de altura por 5 metros de largura, que pesam 75 quilos cada uma. A área total pintada, uma superfície de 280 metros quadrados, é maior do que a do Juízo Final, de Michelangelo, na Capela Sistina, na Itália.

Pintados entre 1952 e 1956, os murais representam a derradeira obra de Portinari. Intoxicado pelo chumbo das tintas que utilizava e impedido de pintar pelos médicos que o acompanhavam, o artista aceitou o convite do governo brasileiro para criar Guerra e Paz e, depois disso, adoeceu, falecendo em 6 de fevereiro de 1962 – há exatos 50 anos.

Exposição

 

A exposição ocupa três espaços do Memorial da América Latina. Os painéis estão expostos no Salão de Atos Tiradentes, em uma cenografia que lembra uma catedral, e poderão ser vistos pelo público em grupo de até 150 pessoas, devido à limitação do espaço. Uma apresentação audiovisual de cerca de nove minutos é projetada sobre uma tela também de dimensões monumentais, entre os painéis, a cada hora.

Já na Galeria Marta Traba, também no Memorial, estão reunidos cerca de 100 dos 180 estudos originais preparatórios para Guerra e Paz catalogados pelo Projeto Portinari, junto a documentos históricos como cartas, depoimentos e fotos que contam, em detalhes, toda a trajetória de criação dos murais. Obras de coleções internacionais vindas de Londres e Milão, como Feras, do Museo del Novecento de Milão, e Mulher Ajoelhada, proveniente de uma coleção particular, também integram esta sessão da exposição.

Completa a mostra a Biblioteca Victor Civita, localizada na Biblioteca Latino-Americana, que apresenta em formato digital a obra completa de Portinari por ordem cronológica. Pertencente ao Projeto Portinari, o acervo é resultado do levantamento e catalogação de quase cinco mil obras e, aproximadamente, 30 mil documentos relacionados às obras, vida e época do pintor, nascido em Brodowski, no interior de São Paulo.


Após a passagem por São Paulo, as obras deverão seguir para outras capitais e países, como Japão e Oslo, na Noruega, onde deverão ser expostas em dezembro por ocasião da entrega do prêmio Nobel da Paz, seguindo uma itinerância nacional e internacional que está sendo planejada até seu retorno à ONU, em 2013.


Exposição Guerra e Paz, de Portinari
De 7 de fevereiro a 21 de abril, terça a domingo, das 9h às 18h
Entrada franca
Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, nº 664
Agendamento educativo: educativo@portinari.org.br
Mais informações: www.memorial.sp.gov.br.