Tomei a liberdade de repostar alguns trechos do texto escrito pela Débora Timossi para o blog do Semente Una e que pode ser lido na íntegra aqui!
“Momento de Revolução! – Qual é o seu papel?
Em que mundo vivemos hoje?
Segundo a Divisão de População das Nações Unidas, no final de 2011 chegaremos a 7 bilhões de pessoas sobre o solo deste planeta. Local em que a cada seis segundos uma criança morre de fome, ao todo mais de 900 milhões de pessoas dormem e acordam com fome todos os dias. Ao mesmo tempo em que mais de 50 milhões de animais são mortos por ano como meros produtos de consumo humano. Milhares de hectares de florestas são destruídos por dia para manter um consumo desenfreado. O mundo está literalmente esquentando, as geleiras derretendo e os pólos mudando de direção.
A desigualdade social nunca foi tão chocante, 1% da população mundial detém mais de 40% da riqueza mundial e domina toda a economia global. A crise econômica mundial cresce e afeta milhares de pessoas diariamente. Países como Grécia, Portugal e Irlanda estão falidos, o que traz grande instabilidade para a União Européia como um todo. Nos Estados Unidos, ainda o país mais rico e poderoso, a crise imobiliária de 2008 quebrou os maiores bancos do mundo que despejaram milhares de pessoas de suas casas por não conseguirem pagar as hipotecas. Essas pessoas vivem hoje em verdadeiras cidades formadas por tendas e barracas e estimasse que já existam cerca de 400 comunidades deste tipo nos EUA. Indícios gritantes de que o sistema econômico-social controlado por 1% da população mundial em que vivemos há décadas já não se sustenta mais!
E como nós – os 99% de seres humanos “dependentes” deste sistema – estamos agindo frente a este panorama decadente?
É visível que uma grande movimentação está ocorrendo por vários cantos do mundo. Outros ramos de mercados com propósito de um mundo mais saudável estão surgindo como os chamados “negócios sociais”. Comunidades se organizam e estruturam um novo sistema de viver por todo o mundo, locais chamados de “ecovilas”. Inúmeras iniciativas como Economia Solidária, FIB – Felicidade Interna Bruta e PROUT também impulsionam um novo panorama. O incomodo frente a tal instaurada realidade ressoa por vários países. No começo de 2011, um movimento contra decisões políticas autoritárias na Tunísia resultou na queda do presidente Ben Ali, inspirando iniciativas populares semelhantes a favor da democracia no Egito, Líbia, Síria, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Série que ficou conhecida como “Primavera Árabe”.
A eclosão desses movimentos chamou a atenção do mundo todo por serem levantes populares, apartidários, com ocupação de espaços públicos, sem violência e organizados pela internet através das redes sociais. Essa nova forma de protesto e mobilização foi vista por populações de vários países como uma alternativa para expressarem sua indignação contra o regime vigente. Seja por motivos específicos como melhores empregos, crise econômica ou educação, países como Grécia, Itália, Espanha e Chile vivem manifestações semelhantes.
E, há mais de 20 dias, o “coração financeiro” mundial – Wall Street – na capital do mundo, Nova Iorque, foi ocupado por milhares de ativistas protestando contra o regime capitalista como um todo na porta dos, como eles nomeiam, “donos do mundo”. O movimento chamado de “OccupyWall Street” cresce a cada dia, mobiliza pessoas do mundo inteiro da originalmente multicultural “Big Apple” e já se espalha por outras grandes cidades estadunidenses como Chicago, Washington e Los Angeles. Unindo diferentes grupos ativistas de todas as idades e vários sindicatos, formam uma multidão unida por um mesmo propósito: construir um mundo melhor e realmente igualitário.
Com o lema “Nós somos 99%”, inspiram e dizem lutar pelos direitos de todos os 99% da humanidade explorados pelos 1% mais ricos e detentores de poder. Organizam-se e estruturam propostas visando um novo sistema sócio-econômico baseado em premissas como comunidades sustentáveis e multiculturais, justiça na distribuição de riquezas, cooperação e co-construção.
No Brasil também presenciamos o crescimento organizações populares semelhantes como marchas contra a corrupção sendo organizadas pelas redes sociais (que ocorreram nos dias 07/setembro, 12/outubro e 15/outubro)
O que faz deste momento um fenômeno único na história da humanidade?
Primeiro que nunca existiram tantas pessoas sob este solo ao mesmo tempo como agora. Segundo que nunca estivemos tão “intimamente” conectados como hoje com o advento da internet e, especialmente as redes sociais. Houve um considerável encurtamento no tempo e espaço entre as relações pessoais. A noção de fronteiras físicas está cada vez mais distante das novas gerações. Na era da internet, tudo toma uma dimensão e uma velocidade incalculáveis.
Terceiro que nunca tivemos tanta riqueza de conhecimento, tecnologia, monetária e cultural. Enquanto, um mesmo modelo econômico é compartilhado e “sustentado insustentavelmente” pelo mundo todo. Um sentimento comum de que “é preciso construir um mundo mais saudável” se fortalece em todos os cantos do planeta e começa a tomar uma forma visível.
Este é de fato um movimento global nunca antes vivido na história da humanidade em que as pessoas se conectam e se organizam rapidamente pela internet e vão às ruas lutar pelo modelo de sociedade que acreditam. E qual o seu papel nisso tudo?
O que é preciso ser feito para trazer o sonho de um mundo melhor para a realidade?
Todas estas transformações atingirão diretamente todos nós. É só uma questão de tempo! Esta nova configuração exigirá um novo jeito de ver, pensar e agir sobre o mundo. E este novo jeito de empreender o novo mundo é chamado pela Semente Una de empreendedorismo servidor para aquelas pessoas que querem deixar sua contribuição autentica, respondendo de forma inspiradora e estratégica às demandas do mundo que ressoam com quem elas são.
Um novo mundo somente poderá ser construído com pessoas éticas, com força de propósito e que empreendem seus sonhos. Um coletivo forte é composto por pessoas fortes, conscientes de sua potencia e que transformam o mundo a sua volta a partir da sua essência mais profunda e sincera, da sua expressão autentica. Uma vez que o indivíduo está no seu “eixo” – sendo e fazendo tudo o que “deve” ser e fazer, nada menos – inspira outros pelo seu exemplo e torna o mundo ao seu redor reflexo deste estado de auto-realização. Saber pela experiência que estamos realmente todos conectados, somos um mesmo povo com um mesmo propósito. É assim que estamos construindo nosso sonho! Juntos, todos juntos, sempre juntos!”
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