quarta-feira, janeiro 4

TEDxJovem@Ibira - Microrrevoluções


Como já disse antes, meu dezembro passou correndo e ainda não tinha conseguido vir aqui para falar um pouco sobre esse evento maravilhoso que tive a oportunidade de participar...
Idealizado pelo jovem André Gravatá, de uma sensibilidade ímpar...e um desejo de mudar o mundo que não cabe no peito... posso dizer que o TEDxJovem@Ibira foi uma macrorrevolução para os 100 microrrevolucionários que estavam lá no dia 04 de dezembro. O evento aconteceu dentro da UMAPAZ - UniversidadeAberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz, que fica dentro do Parque Ibirapuera... vale a pena conhecer os cursos oferecidos por lá...

[Se você ainda não sabe o que é TED clique aqui... e se você quer saber mais sobre o André Gravatá... pode se deliciar com a ótima matéria “Qual é o filme da sua vida?” que ele escreveu para a Vida Simples de janeiro, que já está nas bancas]

Mas voltando ao TedxJovem@Ibira, só posso dizer que foi um dia de pura inspiração onde ouvimos histórias transformadoras de jovens de corpo e de alma, histórias que tinham em comum o desejo sincero de um mundo melhor através de pequenas revoluções em suas vidas e ao seu redor...

1º Bloco - O que você faz com o que está na sua frente?
           O primeiro bloco começou com o jovem David Rocha, que nos constou como começou a construir violinos a partir do lixo e tocou cada um presente fazendo a madeira ganhar vida em suas mãos: “Esse é o som que eu consegui tirar do lixo”.
           Julia Toro nos falou sobre a Bengira, projeto de transformação social através da moda que surgiu após sua participação no curso Guerreiros Sem Armas.
           O próximo palestrante foi o Ivo Pons, presidente e fundador do Design Possível, que utiliza o design como ferramenta de mudanças para transformar realidades.
           Ísis Soares emocionou a todos contando sobre o projeto Cala-boca já morreu, que busca garantir espaço para manifestação de crianças e adolescentes, mostrando que todos têm direito à comunicação, com programas de rádio feito por e para as crianças.
           O ativista e fotógrafo Peetssa falou e mostrou na prática uma fonte alternativa de geração de energia feita com hds quebrados e uma bicicleta...
2º Bloco – Transformando Muros em Pontes
A jornalista Natália Garcia nos falou sobre seu projeto Cidades para pessoas, que teve parte do financiamento obtido por crowdfunding no Catarse. A Natália está na metade do projeto, já viajou por 7 cidades e nos apresentou um resumo de tudo o que aprendeu, mostrando várias possíveis soluções para problemas locais.
O jovem Caio Braz não cabia em si com tanta coisa bacana que queria nos falar.... seu mantra “pense grande, comece pequeno, ande rápido” ecoou em nossos ouvidos e fez com que sentíssemos vontade de levantar e começar a agir, rápido!  Através de um e-mail para 50 amigos ele começou sua micro revolução, a rede Polinize reúne jovens que querem transformar a realidade do país criando pontes entre o mundo social e o mundo dos negócios.
Teatro do Oprimido - O Ponto Educandário de Cultura, formado por jovens moradores do Jardim Educandário apresentou a peça “Liberdade Proibida”, que trata de uma história real sobre a liberdade de amar alguém do mesmo sexo. Violência, preconceito e alternativas. A diretora do grupo Kelly Di Bertolli convidou o público a entrar em cena e propor soluções para os conflitos retratados. A apresentação foi linda e fascinante, e nos mostrou que através da arte conseguimos pensar em como podemos agir na vida real diante da opressão, partindo da posição do oprimido, buscando fortalecê-lo e mudar o final da história, que para ser feliz, deve ser feliz para todos, independente de raça, gênero ou opção sexual.
3º Bloco – Minha comunidade, meu mundo
Após uma pausa para o almoço vegano, recebemos o grupo TREME TERRA de Cultura de Resistência, que valoriza a construção coletiva como resgate de expressões artísticas, através de muita dança e muito som. A energia do grupo contagiou a galera e ficamos todos recarregados para as próximas palestras...
Ricardo Montero é diretor social do Projeto Um Tetopara meu País que está em 19 países, e que no Brasil construiu com a força do voluntariado 737 residências para pessoas que vivem em condições de pobreza extrema. Natural do Chile, o advogado nos mostrou que para a mudança ser possível basta uma coisa, vontade. E que em grupo a vontade fortalece e produz resultados.
Luyando Katenda desde os quatro anos de idade, com o apoio dos seus pais atua em questões envolvendo Direitos Humanos, natural da Zâmbia, com 16 anos, é embaixador do Unicef pelos direitos das crianças na Zâmbia. Participou do Evento Climate Change na Dinamarca e atua na formação de redes, recrutando outros jovens para lutarem por mudanças na relação com o meio-ambiente.
Vinícius e Márcioex-alunos e participantes da ONG Fênix, contaram um pouco da história de como a EscolaEstadual Professor Antônio Alves Cruz escapou de ser fechada e virou palco para a ação de pessoas interessadas em ouvir a comunidade escolar e batalhar por melhorias da educação local. A escola se tornou palco de uma oficina de Maractu durante os sábados que atrai muitos jovens paulistanos.
Restinga Crew – Vindos da Restinga, bairro que fica a 22 km de Porto Alegre para onde foram transferidos os migrantes marginalizados que habitavam a capital do Rio Grande do Sul na década de 60, compõe um grupo de Hip Hop formado em 2003 e que realiza oficinas de rap, grafite e dança, unindo a comunidade e ultrapassando fronteiras.
Formada em Ciências Sociais, Sara Zarucki dá aulas de cidadania, responsabilidade social e ética na Associação São Martinho, nos mostrou que é possível fazer microrrevoluções dentro da sala de aula através da conscientização dos jovens.

4º Bloco – Movimente-se
Luan Luando é difusor da literatura feita na quebrada, presente em vários movimentos literários feitos na periferia... e nos trouxe um pouco de poesia para iniciarmos o quarto bloco.
Quando Luis Otávio foi para o palco estava um pouco nervoso, foi então que a platéia levantou-se para aplaudir de pé um dos fundadores do CATARSE encorajado, o jovem de 21 anos falou sobre o surgimento do crowdfunding no Brasil, e nos mostrou que em um ano de existência o projeto possibilitou que 130 projetos fossem viabilizados através do financiamento colaborativo. 
Para Tatiana Achcar, jornalista que viajou por vários países de bicicleta para “experimentar outros jeitos de viver”, é preciso sair da zona de conforto. De bicicleta ela viajou durante um ano coletando aprendizados de sustentabilidade nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Indonésia. 
A norte-americana Gail Mooney contou um pouco da história do seu filme Opening Our Eyes, produzido em parceria com a sua filha, em uma viagem por mais de 90 países, para mostrar pessoas que estão mudando o mundo e fazendo suas “microrrevoluções”.
Paul Lafontaine Criador do Projeto Alma de Batera fez a palestra de encerramento do TedxJovem@Ibira, deixando todos emocionados. A palestra foi encerrada com um exercício de bateria realizado por um de seus alunos, o Caio, que mostrou ali, ao vivo o que o Paul chama de alma de batera, esta conexão com a música e com o instrumento que é capaz de modificar vidas.
            Dentre muitas lições, o evento deixa uma importante que vale dividir: “a menor e mais importante microrrevolução que existe é a individual”Você já pensou na sua microrrevolução? O que na sua vida, na sua cidade ou na sua comunidade precisaria de uma? Se você tem vontade de mudança mas ainda não sabe por onde começar... deixo aqui algumas sugestões de projetos bacanas para participar...


um doismiledoze repleto de microrrevoluções para todos nós!

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