segunda-feira, março 14

esse tal de Virgulino....

Que eu gosto de cultura popular brasileira todo mundo já sabe...(tipo aqui [1] ,aqui [2] ,aqui [3] , aqui [4] e aqui  [5] ...srsrs) 

E quando o tema é Cangaço... ai eu AMO!

Sempre tive muita curiosidade sobre este tema cheio de singularidades, onde os homens faziam justiça por si mesmo, seja por vingança, por terra ou por motivos políticos...

Acrescentando a tudo isto, ainda tem todo o estilo do Cangaço, que me encanta taaaanto... a indumentária dos cangaceiros trazia uma rica carga simbólica... a roupa colorida e decorada servia de patente hierárquica no bando, despertava admiração na população e era copiada até pela polícia!

E como toda esta admiração pelo tema, fazia tempinho já que eu andava paquerando o belo livro “Estrelas de Couro: A Estética do Cangaço”, do historiador Frederico Pernambucano de Mello.

É daqueles livros que precisam ser lidos aos poucos, curtindo cada detalhe...para tirar o máximo proveito de tudo que tem lá, é daqueles livros que da até dó de folhear...de tão bonito que é... (rsrs, sou meio apegada a livros...como podem ver...)

 E só tenho uma coisa pra falar: foi uma ÓTIMA aquisição! Ele é enriquecido com 300 imagens e 160 fotografias de objetos de uso pessoal dos cangaceiros, a maior parte desses objetos é parte da coleção particular do autor e já foram expostos no Brasil e exterior.

Pernambucano, chamado por Gilberto Freyre de “mestre de mestres em assuntos de cangaço”, mergulha no universo desconhecido de sua cultura material, promovendo a leitura profunda do requinte e dos significados presentes nas peças autênticas de uso dos cangaceiros, a exemplo do signo-de-salomão, da cruz-de-malta, da flor-de-lis, do oito contínuo deitado, das gregas, de variações sublimadas da flora local, e das tantas combinações possíveis de que se valia o cangaceiro na construção de um traje que atendia à vaidade ornamental de seu brado guerreiro e a anseios bem compreensíveis de proteção mística.

Capitão Ferreira com sua Singer!
“Habitando um meio cinzento e pobre o cangaceiro vestiu-se de cor e riqueza. Satisfez seu anseio de arte, dando vazão aos motivos profundos do arcaico brasileiro. E viveu sem lei nem rei quase em nossos dias, deitando uma ponte sobre cinco séculos de história. Foi o último a fazê-lo com tanto orgulho. Com tanta cor. Com tanta festa” - Frederico Pernambucano de Mello


“Estrelas de couro, o livro que eu gostaria de ter escrito” –  Ariano Suassuna

  
->O leitor vai se extasiar diante dos enfeites dos cangaceiros, os desenhos e os bordados de suas mochilas, os vestidos das mulheres, de suas luvas, os lenços usados no pescoço, as alparcatas, suas cartucheiras, seus coldres, as perneiras, os bornais, obras em couro, em pano, em ferro e metais: punhais, facas e facões, joias, brincos, pulseiras...os panos bordados em belos coloridos.
Um belo livro, desses que pra gente ver, ler e acaricia.

Um comentário:

  1. Pituca Querida....
    por falar em cangaço...eu já te contei pq teu avô veio de Alagoas pra São Paulo...rsrs....

    ResponderExcluir