Durante toda essa semana que passou o Centro Universitário Maria Antonia foi sede de uma mostra de filmes e várias mesas de debates sobre o ano de 1968 e a chamada “batalha da Maria Antonia”. Fato importante no cenário político-cultural da época, o acontecimento foi debatido por jornalistas, educadores, sociólogos e cientistas políticos, discutindo seu legado cultural 40 anos depois. De todos os documentários que vi, o que eu mais gostei foi: Vale a Pena Sonhar. Que conta a trajetória de uma das mais ricas personalidades da vida social e política do país: Apolônio de Carvalho. O filme percorre episódios históricos - como a Insurreição de 1935, a luta pela anistia e a fundação do Partido dos Trabalhadores, além da Guerra Civil espanhola e a Resistência francesa contra a ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial.
Me chamou a atenção a referência que Apolonio faz ao livro El Hombre Medíocre(O Homem Medíocre), de José Ingenieros, que teve grande influência em sua formação. “O Homem Medíocre” é um ensaio filosófico sobre a natureza humana que nos faz pensar sobre a mediocridade que marca as sociedades modernas, com os homens envoltos em suas rotinas e sem idealismo.
No documentário Apolônio lê um dos trechos do livro:
“Quem passa pela vida e não tem um horizonte definido, não tem um ideal pelo qual possa lutar e queira lutar está sujeito à pecha de mediocridade porque não vive, passa apenas pela vida.”
Ingenieros
Fiquei com vontade de ler o livro, só preciso de tempo para isso!
E pra finalizar peguei uma frase do Exupéry que acho que tem muito a ver com o documentário e com o livro: “Ser homem é ser responsável. É sentir que colocando sua pedra se colabora na construção do mundo”
-> http://www.usp.br/mariantonia/