Nasceu em 16 de Março de 1911, na cidade de Japaratuba, interior do Estado de Sergipe. Viveu muito a vida antes de ingressar na Colônia Juliano Moreira, foi marinheiro, viajou muito, viu muitas cores, formas, seqüências, classificações e ordenações de fatos e coisas referentes ao seu universo normativo e cumulativo, mais tarde refletido em seu trabalho plástico.
Sua produção teve início em 1939 e se encerrou 50 anos depois com seu falecimento de infarto do miocárdio. De acordo com seu surto recebeu a missão de recriar o mundo para ser apresentado a Deus no dia do Juízo Final.
Bispo começa a expressar-se desmanchando os uniformes (uni-formes, uma só forma de enquadrar os diferentes) dos internos e isolando os fios azuis - nostalgia do azul do mar de um marinheiro náufrago - e bordá-los em seguida nos lençóis para fazer deles os seus estandartes, princípio sinalizador de suas ocupações em instalações que trafegam entre os limites do espaço físico e do imaginário de seu espaço psicológico.Materiais estridentes em suas cores e texturas, interagindo no espaço com o uso de uma dobradura, um bordado, um entrelaçamento, uma forma disforme de transformar a proposta.
A linguagem utilizada por Bispo do Rosário, além de abranger conteúdos plásticos, se mostra nas posturas do artista. “De que cor você vê a minha aura? ” Essa pergunta não foi escrita por Bispo em nenhum de seus trabalhos, ela representa uma postura artística. Para alguém entrar no quarto de Bispo e conhecer seu trabalho, antes era preciso responder a pergunta feita por ele que funcionava como um código de acesso. Esta não é apenas uma pergunta cuja reposta depende da percepção de quem a responderá, ela traduz a natureza misteriosa que envolve Bispo.
A análise de sua produção traz o que sempre esteve ausente do circuito artístico brasileiro: a arte sem nenhuma condescendência do povo, distante do artesanato e rigorosamente afim do circuito restrito dos criadores. Bispo é dos que nunca vão à museus, galerias, bienais, semelhante à maioria da população do país. Ele sai do suporte convencional e procura criar o espaço, a procura de material para fazer a obra. Sapatos, congas, havaianas, sandálias de borracha, chinelos, classificados em fileiras, denotam a acumulação, confessam o poder aquisitivo mínimo.
É preciso observar que Bispo, sendo interno, estava alienado do mundo e por isso a sua originalidade é incontestável. Quando, em vida, quiseram expor os seus trabalhos, ele foi enfático: "Não faço isto para os homens, mas para Deus".
*Manto da Apresentação, que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final.
"Os doentes mentais são como os beija-flores. Nunca pousam. Estão sempre a dois metros do chão" Bispo do Rosário
DIficil conhecer uma pessoa Ausente do consciente coletivo e com um pensamento criado no meio "Deficientes" (termo forte pra uma coisa que é incompreensao humana).
ResponderExcluirApenas quanto a fé nao comento, pois nao sei nada sobre o juizo final, nem mesmo sobre JUIZO...kkk
Opa, adorei a historia do cara eim Juh!
ResponderExcluirOriginalissimo, mas eu acho que o manto devia ter sido enterrado por ele né, afinal achavam que ele era loucoo.
Te amo lindinha, beijos.
Juuuuuuuuuuuuuuuzi!
ResponderExcluirimpressionante... gostei de conhecer sobre ele, num conhecia nada!
Muita cultura nesse seu blog...
adoro passar por aki!
muitos bjos!
Juh!
ResponderExcluirBem legal seu blog! Tô aprendendo um monte de coisa sobre arte! =)
E eu falei sério qdo eu disse q me sinto na fazenda qdo vejo as coisas do Bispo do Rosário... é que eu lembro que meus padrinhos tinham o hábito de juntar as coisas... e era um senso de organização diferente dos "urbanóides paulistanos"...
acho que a cumulatividade material de coisas sem valor ("o lixo pra uns luxo pra outros" - será?) é muito forte nas culturas populares, sobretudo entre as pessoas mais humildes.
Com isso, me lembrei do show do Plínio, quando ele disse que a gente tá cada vez mais surdo. Acho que a gente tá cada vez mais cego, também, porque tudo na mídia manipula a gente pro consumo, à la "Show de Truman", e as pessoas mais pobres acumulam o que podem, como se tentassem se sentir como os galãs da novela das 8, em suas mansões. (Bom, viajei demais na coisa social, devo estar falando besteira xP)
Enfim... fico feliz em saber que a arte dá valor pra esses artistas que mantém a originalidade, e que não são só "pseudo-criativo-revolucionários".
Enfim, chega de papo-furado, pq aqui não tem cerveja! hahahahahaha!
Beijos, mocinha!
HumMmMmMmMmM
ResponderExcluirDEDO NA CARA TOTAL...
Eu saiopor um fds e esse blog vira um fudunço! Esse finalmente começa a postar?
Ta inspirada é? Acho q sei pq...quadrado...
HuMmMmMmMmMmmMmM...
"Juizo", hauihahauihaiuhaiuhaiuhauihaiuhaiuhahuihahihaiuahiuahiauhiuahuihaiuhaiuhaiuhaiuahiuhaui!
Assim como Thaíse, jamais tinha ouvido nada sobre ele, quer dizer, só por nome mesmo.
ResponderExcluirUma pessoa um tanto excêntrica não?
Beijos!
" "Manto da Apresentação", que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final" --->> deveria... por que sera heim???
ResponderExcluirolha só que bonito, as msmas pessoas que o consideraram
louco, tambem julgaram que aquele era um tipo de arte q nao poderia ser enterrado junto com o artista, de modo a possibilitar q outras pessoas apreciassem tb ..... affffff
mano, o próprio Bispo disse: "oq eu faço não é para as pessoas, é pra Deus" .... acho q dessa maneira, mataram o Bispo pela 2ª vez.. :/
ahhhhhhh, e absurdamente concordando com o Sr. Oogie Boogie:
hHHhMmmmMMmMmMmMmmMmM
DEDO NA CARA TOTAL [2] !
quadradooo, ado ado adooo.......